Liderança dos Fariseus

Existia a fragmentação no interior do judaísmo. Era preciso nasceu um novo modo de ser judeu. Após o ano 70 os grupos judaicos estão espalhados. A identidade pode ser extinta. A destruição do Templo foi uma quebra de toda esperança e certeza. Um golpe político e religioso para judeus e cristãos incipientes. Quem se encarrega de promover a mudança, liderar essa empreitada para fortalecer a identidade, são os fariseus. Sem Templo, as casas irão ser os novos templos do judaísmo. A centralidade será a mesa, lugar de comunhão. A marca desse novo jeito de ser era a fidelidade à lei. O objetivo era legitimar o modo de ser, a identidade judaica.

Recomeço

O recomeço de tudo se deu no ano 70, com Johanan bem Zakkai, um rabino, escriba e mestre que se preocupa com o modo de viver a fé. Funda-se uma escola para acabar com o sectarismo e unificar o judaísmo. Aos poucos, foram reunindo-se os diversos grupos e a tradição oral. Aos poucos, vão dá origem a mishiná. Os rabinos foram constituindo um corpo autorizado e legitimado. O judaísmo formativo começa a organizar a vida social, religiosa e comunitária. Aparece nesse período a figura do rabino, final do século II. A comunidade de Mateus se opõe, de certa forma, aos rabinos e ao termo rabi, mas não resiste à função originária dos rabinos, que é a de ensinar. No fundo, esse judaísmo formativo e a comunidade de Mateus procuravam legitimar-se pela tradição dos pais, Abraão, Isaac e Jacob.

Mateus e o judaismo

O evangelho de Mateus é uma resposta às ameaças e desafios vindo de forma. O evangelista utiliza as Escrituras e as interpreta à luz de Jesus. O cumprimento das Escritura significa descobrir o sentido verdadeiro das Escrituras e cumpri-la. Jesus não só viveu conforme os profetas, mas – dirá a comunidade cristã – ele próprio foi o Servo Sofredor (do qual fala Isaias no capítulo 50 do seu livro). O justo, morto, crucificado e ressuscitado.